O Legado dos Reis Silvério: Memórias e Versos



No fundo da minha alma, um cordel vou cantar,
Relembrando a saudade que ainda sinto a ecoar,
Minha avó, tão querida, com sabedoria e calor,
Partiu com 81 anos, deixando saudade e amor.

Era eu um menino de tenra idade, apenas seis anos,
Quando ela partiu para os céus, tão leve como os caniços,
Mas em minha memória, suas histórias e sorrisos,
Permanecem vivos, como raios de sol em dias cinzentos.

Na cozinha da casa, ela me contava lendas e causos,
Sua voz doce embalava meu coração, trazendo repouso,
E ao redor da fogueira, à noite, histórias de assombração,
Acarinhava meu medo, com seu afeto e devoção.

Lembro-me do seu colo, macio como algodão,
Que me acolhia nas tristezas, nas horas de solidão,
E naquele canto da sala, sua cadeira de balanço,
Ela bordava, contava, cantava, num doce e terno arranjo.

Ah, como eu queria poder abraçá-la novamente,
E mostrar-lhe os versos que brotam em minha mente,
Nos livros e folhas, desse amor tão pungente,
Que em cada palavra, expresso o sentimento latente.

Avó querida, se eu pudesse num abraço apertado,
Dizer o quanto a senhora é parte do meu legado,
Os textos que componho são fruto do seu cuidado,
Sua presença eterna, num coração aconchegado.

Nas veredas da memória, caminho com emoção,
As lembranças tão vivas, enchem meu coração,
E nas páginas desse cordel, público com gratidão,
O amor por minha avó, que é minha inspiração.

Que o vento leve essas palavras aos céus estrelados,
Onde ela descansa em paz, entre anjos abençoados,
E saiba, vovó querida, que seus ensinamentos sagrados,
Guiam meus passos na vida, para nunca serem olvidados.

Poeta Jovem Barueri

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